Vivemos numa sociedade de economia capitalista, onde as mudanças se dão de modo muito rápido, característica marcante da era da globalização. O excesso de informação, a necessidade de estar conectado todo o momento aos meios tecnológicos e de comunicação, acompanhando tudo em tempo quase que real, são exigências que nasceram com a globalização.
Como consequência da globalização, temos ainda, uma grande mudança de valores na sociedade, tivemos nitidamente a inversão do ser pelo ter. Fato este que resultou na banalização do SER HUMANO em sua essência. Diante de tudo isso, temos um cenário caótico, de agressão, violência e de grande desigualdade social e cultural.
O homem na busca desenfreada do ter perdeu-se a si mesmo, vive em meio a conflitos de ordem pessoal, familiar e profissional.
Este é o cenário fecundo para o desencadeamento do estresse. Contudo é preciso entender melhor o que é o estresse, quais são suas fases e como prevenir.
O estresse também é conhecido como Síndrome Geral de Adaptação, (SGA), sua terminologia emprestada da física, designa a tensão o desgaste a que esta exposta à matéria. Deste modo podemos entender que um evento estressor provoca estresse em um objeto no qual produz tensão.
O mesmo raciocínio é aplicado à fisiologia e a psicologia. Quando um evento estressor real ou imaginário se dá, ocorre uma tensão no individuo que evocará todo um processo de alteração fisiológica e psicológica do organismo para adaptar-se a situação.
Diferentemente do que se imagina o estresse não é uma doença, e sim um modo do organismo se adaptar as mais diversas situações vividas e experimentas pelo ser humano. Cabe ainda salientar que os eventos estressores do meio somado às crenças pessoais, valores, bem como, a vida sedentária, aos hábitos alimentares e o excessivo consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e outras drogas, torna o terreno fértil para o desenvolvimento de doenças crônicas.
O estresse se dá em três fases, que são elas:
Reação de Alarme – O comportamento comum nesta fase é o “luta / fuga”. Suas características mais comuns são o aumento da freqüência cardíaca, da pressão arterial e da freqüência respiratória, aumento da glicose no sangue e o aumento da ansiedade.
Resistência – Ocorre mediante uma intensa e duradoura exposição do indivíduo aos estímulos estressores. A imunidade do organismo abaixa e este fica sujeito a doenças dermatológicas, estomacais, como gastrite e úlceras, cardiovasculares, impotência, frigidez, irritabilidade, insônia e oscilações do humor. Nesta fase as doenças de caráter psicossomático se instalam e a qualidade de vida já fica bastante comprometida.
Exaustão – Nesta fase ocorre à exaustão das possibilidades de respostas do organismo frente às demandas, desencadeando a cronificação de diversos problemas de saúde, como: ansiedade, depressão, doenças inflamatórias, hipertensão arterial, arritmia, infarto, acidente vascular hemorrágico podendo conduzir à morte.
Daí a real importância da prevenção e do gerenciamento do estresse de modo contínuo, pois eventos estressores sempre existirão na vida de todo ser humano, mas quero chamar a atenção para o modo como lidamos com estes eventos que fará toda uma diferença no resultado final.
E pensando neste contexto, o Instituto Lares de Psicologia com seu Núcleo de Pesquisa e Estudo no Gerenciamento do Estresse em sua unidade II, preocupa-se em sensibilizar a comunidade local para a importância do gerenciamento do estresse, melhorando assim a qualidade de vida de todos. Assim, vamos juntos comemorar o dia estadual de combate ao estresse neste próximo dia 23/09.
Iara Maria
Psicóloga da Clinica LARES e Coordenadora Técnica do Núcleo de Pesquisa e Estudo do Gerenciamento do Estresse.